Série de mensagens refletindo sobre a importância, os princípios e os desafios para o crescimento espiritual
Há dois conceitos graves e perniciosos que foram abraçados pela nossa geração: o hedonismo e o consumismo.
O hedonismo descreve a busca desenfreada pelo prazer. O consumismo traduz a ênfase cultural pela aquisição de novos itens e novas experiências. Estes conceitos são o subproduto do pluralismo, que domina a mentalidade pós-moderna, e que propõe que o importante é experimentar. Além disso facilitam o conceito de troca, como se relações, valores e compromissos fossem apenas produtos dispostos na prateleira de um mercado, prontos para serem escolhidos como melhor nos parecer
Não coloco em discussão aqui a realidade ou a necessidade do consumo, bem como a importância do prazer, pois é claro que Deus deseja o nosso prazer, alegria e satisfação; mas não de qualquer maneira. Estes objetivos, dentro de um equilíbrio, são naturais. O problema é quando isso se transforma em "filosofia de vida". Isso tem mudado não só nossa forma de investir nossos recursos, mas a própria forma de pensar.
Como resultado disso as pessoas andam cada vez mais tomadas por projetos pessoais de conquista e satisfação, e cada vez menos conscientes se tais objetivos que perseguem com tanta tribulação e angústias, refletem o propósito de Deus para as suas vidas. Estão correndo atrás daquilo que lhes foi “oferecido” como a vida ideal.
A questão é se o caminho que temos seguido tem nos levado para mais perto de Deus - que é nosso principal propósito nesta vida! Em outras palavras, deveríamos nos perguntar se nossa atual filosofia de vida tem nos conduzido a uma vida que serve a Ele de forma mais verdadeira e proveitosa.
À luz destes fenômenos contemporâneos, gostaria de lembrar do conceito de Domínio Próprio. O termo diz respeito ao controle das pulsões da alma, dos desejos coração e das paixões da carne, que lutam pelo domínio do coração humano. Quando Paulo fala sobre o Domínio Próprio, está nos lembrando de que a vida com Deus nos leva a uma consciência do que deve ser abraçado, acolhido, recebido; bem como daquilo que deve ser rejeitado, abandonado, substituído, e rechaçado. Em suma, o conceito leva a pensar com quem estamos comprometidos de fato.
Em Isaías 58 lemos uma repreensão de Deus ao povo de Israel. Eles eram chamados a uma vida de adoração e serviço a Deus. Uma forma de expressar sua consagração a Deus era o jejum, uma prática devocional que mostrava que sua dependência estava no SENHOR. Porém, o jejum tinha se tornado um ritual com pouco significado prático.
A prática do jejum devia incluir o domínio próprio, isto é, consciência da luta contra a carne e seus padrões, evidenciando um coração realmente consagrado a Deus, um compromisso firme com o SENHOR frente às ofertas do mundo, e uma confiança total de que os caminhos da vida estão nas mãos do Pai Celeste, de modo que, estando firmes com Deus e andando em seus caminhos, estaremos seguros.
Em vez disso, eles passaram a fazer o jejum apenas como uma prática exterior, enquanto sua vida era de impiedade e confiança em si mesmos. Não havia correspondência entre o culto a Deus e a vida diária. Muitos padeciam necessidades, a nação estava corrompida, o mal crescia, ganhando terreno nos corações; enquanto isso jejuavam como se tudo estivesse bem com Deus, como se a vontade de Deus fosse que eles deixassem de se alimentar por algumas horas.
Diante disso, Deus usou o profeta para repreendê-los e lembrá-los de que o jejum não é um fim em si mesmo, mas um instrumento de devoção para declarar algo. O objetivo era que eles aprendessem a exercer o controle sobre os apetites do coração, não se deixando dominar por eles, mas realmente confiando em Deus. O jejum não deveria ser um exibição, mas a lembrança de que foram chamados para viver para Deus, negando a si mesmos e se voltando para o SENHOR.
Deus, então, apresenta a eles o jejum que desejava ver em Israel. Ele esperava deles a doação, a ajuda ao necessitado, o amor ao próximo, o coração quebrantado, o arrependimento verdadeiro. Não adiantava jejuar, dizendo que serviam e confiavam no SENHOR, se continuavam seguindo os próprios interesses e paixões.
A consagração a Deus e o crescimento espiritual requerem uma atitude verdadeira de domínio próprio, em que, uma vez capacitados pelo Espírito Santo, que nos regenerou, reconhecemos a vontade de Deus como prioridade em nossas vidas. Do contrário, assim como Israel no período de Isaías, vamos prestar o culto com os lábios, mas teremos o coração distante de Deus.
Nossa vida deve ser o nosso culto, e o nosso culto deve ser a conclusão de uma prática diária de serviço a Deus e domínio de nós mesmos. Consagração é, em última análise, a disposição de priorizar o SENHOR e Sua vontade. Sobre isso, Paulo disse:
“andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne. Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer.” (Gálatas 5.16-17).
Que sejamos mais consagrados e maduros, prontos a nos dedicarmos ao SENHOR, em vez de servir aos nossos próprios interesses. Que o nosso Pai Celeste nos capacite para, cada dia mais a vivermos para Ele mesmo!
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